sábado, 26 de fevereiro de 2011

Prática(s) do Jornalismo no Brasil atualmente



Este texto é resultado de uma atividade indicada em sala de aula pelo professor Edgard Patrício, do módulo de Jornalismo Impresso da disciplina Introdução às Técnicas Jornalísticas, 3° semestre do curso de Comunicação Social - habilitação em Jornalismo - da Universidade Federal do Ceará (UFC).


Após o golpe anti-democrático da derrubada da obrigatoriedade do diploma de Jornalismo pelo Supremo Tribunal Federal (STF), as faculdades de Jornalismo no Brasil não têm deixado de receber, a cada semestre, jovens ávidos para estudar para se tornarem jornalistas. Apesar do autoritarismo, da arbitrariedade, da cegueira dessa decisão judicial e do total desrespeito dos mais altos magistrados do nosso país para com a profissão do jornalista (e também em relação a tantas outras carreiras que não as ligadas ao Direito e outras de "tradição" e prestígio social), a juventude ainda sonha em entrar na universidade pública, em ter acesso à educação superior e a uma formação humanista. Se o Poder Judiciário não se mostra preocupado na regulamentação das profissões, dentre elas o jornalismo, o Legislativo muito menos, pois muitos dos nossos congressistas não são pessoas instruídas, preparadas para elaborar boas leis. O jornalismo resiste cotidianamente a esses fatores adversos, à revelia da omissão dos governantes continua trabalhando pelo direito à informação e o exercício da cidadania.




Atualmente no Brasil, na era digital, a prática do jornalismo está em busca de modernização, de reinvenção, de adaptação aos novos tempos. Estamos no começo do século XXI, no auge da convergência tecnológica dos meios, da efervescência das redes sociais na Internet, do fluxo abundante de informações. Jornal impresso, rádio e televisão estão em plataformas eletrônicas na atmosfera virtual e interagem entre si como meios de comunicação complementares e não excludentes, como já foi pensado equivocadamente no passado. As informações vêm a nós integradas, enriquecidas através de ferramentas como podcasts, videologs, blogs, aplicativos que reúnem texto escrito com imagens, voz, animação, sonoplastia, vídeos. As informações agora são múltiplas, são caminhos de encruzilhadas, que se encontram em alta definição, wi-fi, com interatividade, telas planas e portáteis. Um jornal impresso pode publicar online a sua edição diária para leitura no computador, com barulho da mudança de páginas e dobra no alto do papel-jornal, incluindo vídeos e áudios com aprofundamentos da matéria impressa. Uma emissora de rádio pode gravar vídeos dos bastidores dos programas e postar na web para os ouvintes terem outras experiências sensoriais, conhecendo o ambiente do estúdio de gravações. Uma emissora de TV pode postar extras da reportagem no seu site que não saíram na exibição do telejornal, além de quaisquer outros conteúdos. São novas formas de processamento de dados, de transmissão de conteúdo, de lida cotidiana com as tecnologias, que tem alterado profundamente as relações humanas e os processos comunicacionais na sociedade.

O texto jornalístico procura se adequar nesse contexto multimídia para se manter ágil, dinâmico e atual. Precisa atender a demandas de relevância social, de prestação de serviço e de atendimento ao interesse público, cumprindo assim o seu papel de informar com qualidade, de divulgar informações como acontecimentos em forma de notícias, a programação cultural, os caminhos para o exercício de direitos dos cidadãos, o dia-a-dia. Os leitores, ouvintes e telespectadores estão mais exigentes, seletivos e com acesso a canais abertos para se manifestarem, para fazer críticas, denúncias, sugestões e comentários. Esse acompanhamento contribui para a correção de possíveis erros, para impulsionar o aprimoramento do conteúdo dos veículos de comunicação. Nesse cenário, a comunicação entre emissores e receptores passa a se tornar cada vez mais bidirecional e multilateral. O espírito crítico e o grau de esclarecimento não permitem mais que o receptor das mensagens contidas no discurso jornalístico aceite qualquer coisa, material produzido sem orientações de ética profissional.

Para os jornalistas, é importante seguir lendo bastante, não apenas livros, obras clássicas da literatura, filosóficas, acadêmicas, mas outras fontes, que, hoje em dia, estão cada vez mais diversificadas. Sites, blogs, portais de jornalismo, outros formatos editoriais eletrônicos que possam vir a surgir, todos são válidos para o jornalista adquirir conhecimento. Acompanhar o que está sendo publicado na concorrência é fundamental, nos outros meios de comunicação. Ler, escrever, mas também o jornalista deve ouvir, manter a curiosidade pela vida, sintonizado na observação do cotidiano, dos fatos, das várias versões e dos seus desdobramentos. A tendência no Brasil é que o jornalismo fique cada vez mais autônomo, com o crescimento da produção dos veículos regionais, com novos olhares sobre os acontecimentos locais. A produção jornalística brasileira tem se consolidado com novos periódicos, novas emissoras de rádio e TV, todos preocupados com a sua identidade visual, com o relacionamento com os seus receptores, na busca da excelência e do incremento da audiência. O quadro é otimista, de avanços tecnológicos e de compromisso ético do jornalismo para a atuação permanente na sociedade, a mobilização política e a transformação sócio-cultural na época contemporânea em que hoje vivemos.



Marco Leonel Fukuda
Músico e estudante de Jornalismo.

Revisão do texto: Junia Leonel

Fotos:
www.curiofisica.com.br
www.papocompupo.blogspot.com
www.bastardosdapauta.blogspot.com
www.cidadaniactiva-cp1.blogspot.com
www.opequenomundodemariana.blogspot.com

Nenhum comentário: